A otoplastia é uma cirurgia que corrige deformidades na orelha externa. Geralmente, os cirurgiões a realizam para aproximar a orelha da cabeça e corrigir sua forma e “desenho”. Essas deformidades podem resultar de anomalias no crescimento, traumas ou outras condições adquiridas. Uma das deformidades mais comuns é a orelha em abdução, também conhecida como “orelha de abano”.

Fatores genéticos e características familiares e raciais desempenham um papel crucial no desenvolvimento das alterações na forma da orelha. O crescimento das cartilagens também é um aspecto importante, embora na maioria dos casos de orelha em abdução, a deformidade já seja visível ao nascimento. Os pais geralmente percebem a alteração na forma da orelha muito cedo e procuram soluções.

O médico faz o diagnóstico e, nos casos de orelha em abdução, apenas o exame clínico é necessário para chegar a uma conclusão. As deformidades geralmente estão localizadas em dois pontos principais: na concha (a parte mais profunda da orelha) que está muito elevada e na anti-hélix (a parte mais saliente no meio da orelha) que não tem um bom “desenho”. Normalmente, os pais são os primeiros a notar a deformidade, e a criança também pode expressar desconforto à medida que se aproxima da idade escolar. Essa deformidade pode ter um impacto significativo no bem-estar psicossocial, devido às possíveis brincadeiras ou comentários que a criança pode enfrentar.

Tratamento individualizado:

Assim como em outras cirurgias estéticas, a decisão de realizar o tratamento deve partir da vontade do paciente. Ou seja, o tratamento das deformidades estéticas deve ser realizado apenas se for desejado pelo paciente.

O cirurgião plástico avalia se os desejos do paciente são realistas, determina o tratamento mais adequado para cada caso e esclarece que se trata de um procedimento médico, com todas as suas características, incluindo limitações e riscos.

Embora a maioria dos pacientes seja composta por crianças, a queixa dos pais não é suficiente para indicar o tratamento. É fundamental que o paciente também manifeste desconforto com a deformidade.

Não é necessário esperar que problemas de integração social surjam para indicar a correção da orelha. Geralmente, isso não ocorre antes dos 5-6 anos de idade. Apesar de os cirurgiões poderem realizar a cirurgia em crianças, eles também a realizam comumente na idade adulta.

Como é a Anestesia?

A anestesia é local, administrada por um anestesista para proporcionar sedação. Normalmente, essa cirurgia é realizada em regime ambulatorial, com alta hospitalar algumas horas após a recuperação da anestesia.

O paciente fica com um curativo, gazes e atadura (semelhante a um capacete) por um a dois dias.

Os cuidados pós-operatórios variam de acordo com a extensão dos procedimentos realizados. É comum haver inchaço nos primeiros 2 dias, que diminui gradualmente. A equipe médica remove os pontos externos entre 6-8 dias, e geralmente esse é o tempo necessário para que o paciente retome suas atividades sociais e laborais.

É importante destacar que as mudanças na cicatrização e acomodação dos tecidos em seu novo local continuam por algum tempo. Pelo menos três meses são necessários para que se possa observar o resultado final do tratamento.